Finanças Pessoais - capítulo 6

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Salário
Quanto sobra?


Fazer o salário sobrar no fim do mês é uma arte. Mas não é preciso ser um mago das finanças para ter sucesso nessa empreitada. O segredo é planejamento.
Uma forma de fazer com que toda a família contribua é estabelecer metas, não de economia, mas de realização de sonhos. Os seus sonhos e de sua família são os objetivos de investimento e eles é que devem guiar seus passos de investimento.
Esses objetivos só serão atingidos se houver sobras no fim do mês. Portanto, mãos à obra. Pedir que sua família economize é uma tarefa bastante árdua, mas pedir que eles o ajudem a comprar a viagem, o carro novo e a casa de praia, por exemplo, pode ser muito divertido e todos, de alguma forma, estarão contribuindo para aumentar o patrimônio da família.
Observe que não é necessário guardar dinheiro demais, apenas o suficiente para que você conquiste seus objetivos no prazo que achar razoável.

O Salário Acabou!
Relaxe! Você não está sozinho. Dados do IBGE dão conta de que 85% das famílias brasileiras têm algum tipo de dificuldade para chegar ao fim do mês com a renda que recebem.
Observe que, segundo os dados do IBGE, quanto maior a renda menor a dificuldade, um resultado, a princípio, óbvio. Mas, quando analisado no detalhe, ainda assim é muito preocupante. Isso porque, mesmo famílias que estão na faixa de renda mais alta do estudo (acima de R$ 6 mil) têm pouca habilidade para manejar o orçamento.
Veja os números: 53,45% das famílias que ganham mais de R$ 6 mil tem problemas para chegar ao fim do mês. Desse grupo, 6,66% tem muita dificuldade, 11,95% tem dificuldade e 36,74% tem alguma dificuldade. Pode-se dizer, sem medo de errar, que uma renda de R$ 6 mil não faz uma família rica, nem tampouco pobre.
Assim, o grande problema dessas famílias não é falta de dinheiro, mas principalmente de planejamento financeiro.
O planejamento financeiro é a melhor resposta para que esse enorme grupo de famílias que não consegue chegar ao fim do mês com o salário consiga colocar sua vida financeira em ordem, sem sofrimento, pois, o planejamento financeiro vai equilibrar suas receitas e despesas.

Por que isso ocorre?
No corre-corre diário, com horas de trabalho, filhos para educar, cursos para concluir e tantas metas para atingir, ter disciplina financeira é quase uma fantasia. Isso em qualquer lugar do mundo. No entanto, os brasileiros conviveram com taxas de inflação estratosféricas nos anos 80 e início dos anos 90. Com os preços dos bens e serviços mudando diariamente era praticamente impossível para o brasileiro manter um orçamento adequado. A taxa de inflação no País chegou a registrar alta nos preços de até 80% num único mês. Assim, a falta de organização financeira acentuou-se nas famílias brasileiras.

A estabilidade nos preços foi alcançada com o plano Real, que teve início em junho de 1994. Hoje não só é possível como desejável ter um planejamento financeiro adequado às suas ambições e receitas. Note que, com a inflação sob controle, as taxas de juro reais (acima da inflação) estão altíssimas no Brasil e proporcionaram ganhos generosos para aqueles que mantiveram disciplina orçamentária.

Preciso de um aumento?
Imaginar que seu problema é falta de dinheiro é um erro que poderá perpetuar suas aflições financeiras. Estudos realizados na área da economia comportamental mostram que as pessoas se adaptam muito rapidamente as mudanças de renda.
Ou seja, um aumento de salário pode resolver seu problema este mês, mas dificilmente resolverá nos meses subsequentes. Isso porque você e sua família, com uma velocidade impressionante, aumentarão seus gastos na mesma proporção ou até maior do que o seu novo salário.

Se está faltando dinheiro no fim do mês, considere:

• No primeiro mês que receber um aumento aja como se ele não existisse e guarde toda a diferença entre o salário antigo e o novo. Deixe para viver com o novo salário no mês seguinte.
• Pague sempre a fatura integral do seu cartão de crédito. Por mais que este procedimento deixe seu mês mais apertado, ele vai salvá-lo de cair nas rédeas dos juros altos.
• Troque o cheque pelo cartão de débito. Você evitará cair na tentação do cheque pré-datado, este sim é um perigo para sua saúde financeira.
• Lembre-se de que cada R$ 5 economizados diariamente tornam-se R$ 1.825,00 a mais em sua carteira em um ano, sem contar os juros que aumentariam ainda mais este valor.
• Confira sempre seu orçamento antes de sair às compras e estabeleça um limite de gastos.
• Preste muita atenção nos entretenimentos culturais, como museus, concertos e cinema. Eles são muito baratos e vão ajudá-los no trabalho, pois agregam conhecimento.

Preciso de um empréstimo?
Definitivamente tudo o que você não precisa neste momento são novas dívidas. Veja se seu salário não está cobrindo o seu orçamento, pois não será arrumando novas despesas que você conseguirá se livrar das dificuldades. Esta pode até ser uma solução momentânea, mas que poderá contribuir muito para criar problemas sérios no futuro.
Muitas pessoas costumam financiar o déficit no orçamento com o cheque especial. Essa é uma modalidade de financiamento muito cara, criada para socorrer emergências e para ser liquidada o mais rápido possível. Desta forma, se você precisa de recursos em um determinado mês, considere as demais possibilidades de empréstimo pessoal na avaliação da melhor opção de financiamento.
Boa parte das devoluções de cheques ocorre por conta de cheques pré-datados, emitidos para fazer pagamentos de consumos que não cabem no orçamento e que são postergados na esperança de uma entrada extra de recursos. Quando a receita esperada não se realiza, você perde o controle do orçamento.

Estique o salário
Há duas formas de esticar o salário: aumentando sua renda ou cortando despesas. Os analistas asseguram que a segunda opção é a mais inteligente porque vai ajudá-lo a construir um patrimônio.
Já utilizar o cheque especial para financiar o déficit do seu orçamento é um erro muito perigoso para sua saúde financeira. Isso porque no mês seguinte a taxa de juro cobrada pela utilização do limite do cheque especial vai comer uma parcela do seu salário.
Ou seja, seu salário que já era insuficiente para cobrir as despesas ficará ainda menor. Se mantida essa rotina nos meses seguintes ele ficará cada vez menor até o dia em que você estará tecnicamente quebrado.
Isso ocorre porque o salário é uma receita recorrente, ou seja, ela cai na sua conta todo mês. Já com o cheque especial, o mecanismo é bastante diferente, embora na prática ele crie a ilusão de que você esticou o salário.
Todo mês a linha do cheque especial e os juros cobrados sobre ela tem que ser pagos.
Trata-se de uma linha com vencimento em 30 dias. Assim, a cada mês seu salário vai ficando menor e, se em algum momento o banco reduz ou mesmo cancela essa linha, você poderá ficar sem salário naquele mês.

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